CEV- 04-02-21
ESE - Cap. XXVIII – COLETÂNEA
DE PRECES ESPÍRITAS.[1]
Item
IV– Dai-nos o pão de cada dia.[2]
Dai-nos
o alimento que mantenha as forças do nosso corpo. Dai-nos também o alimento
espiritual para o desenvolvimento do nosso Espírito.
O
bruto encontra nas pastagens com que se alimentar. O homem, porém, tem que
adquirir, com sua atividade e com os recursos da sua inteligência, o alimento
necessário, porque o criastes livre.
Assim
é que lhe dissestes: “Tirarás da terra o teu alimento com o suor do teu rosto”.
Por essa forma lhe fizestes do trabalho uma obrigação, a fim de que ele
exercitasse a inteligência, procurando meios de prover às suas necessidades e
ao seu bem estar, uns mediante o trabalho manual, outros pelo labor
intelectual. Sem o trabalho, ele se conservaria estacionário e não poderia
aspirar à felicidade dos Espíritos superiores.
Ajudais
o homem de boa vontade que em vós confia, pelo que concerne ao necessário;
porém, não aquele que se compraz na ociosidade e desejara tudo obter sem
esforço, nem àquele que busca o supérfluo.
Quantos
e quantos fracassam por própria culpa, por incúria, por imprevidência ou por
ambição e por não terem querido contentar com o que de vós receberam! São os artífices
de seu próprio infortúnio e não têm o direito de se queixar, pois são
castigados naquilo em que se pecaram. Entretanto nem mesmo estes estão
abandonados, porque sois infinitamente misericordioso e lhes estendeis a mão
caridosa desde que, como filho pródigo, para vós se voltem sinceramente. (Cap.
V, nº 4).
Antes
de nos queixarmos da nossa sorte, inquiramos de nós mesmos se ela é obra nossa.
Toda vez que uma infelicidade nos suceda, perguntemo-nos se não esteve em nossas
mãos o evitá-la. Mas, reconheçamos
também que Deus nos dotou de inteligência para que possamos sair do lodaçal e
que de nós depende o bom uso dessa inteligência.
Pois
que à lei do trabalho está sujeito o homem da Terra, dai-nos coragem e força para
preenchermos essa condição. Dai-nos também a prudência, a previdência e a
moderação a fim de que não percamos o fruto dessa condição.
Dai-nos,
portanto, Senhor, o pão de cada dia dando-nos os meios de adquirir, pelo trabalho,
as coisas necessárias à vida, visto que a ninguém assiste o direito de reclamar
o supérfluo.
Se
o trabalho nos é impossível, confiamos na vossa divina previdência.
Se
estiver nos vossos desígnios pôr-nos à prova por meio das mais duras provações,
não obstante os nossos esforços, aceitamo-las em justa expiação das faltas que
possamos ter cometido nesta existência ou em vida precedente, pois sois justo.
Preservai-nos,
ó Senhor, de invejar os que possuem aquilo que não temos, ou mesmo os que
dispõem do supérfluo, quando nos falta o necessário. Perdoai-lhes, se esquecem
a lei de caridade e de amor ao próximo, que lhes ensinastes. (Cap. XVI, nº 8).
Afastai
ainda do nosso Espírito o pensamento de negar a vossa justiça, por vermos a
prosperidade do mau, enquanto por vezes a desgraça cai sobre o homem de bem. Graças
às novas luzes que vossa bondade nos concedeu, sabemos agora que vossa justiça
sempre se exercita e a ninguém excetua; que efêmera é a prosperidade do mau,
assim como sua existência corporal, e que sofrerá terríveis contratempos,
enquanto será eterno o júbilo daquele que sofre com resignação. (Cap. V, nºs 7,
9, 12 e 18).[3]
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