quinta-feira, 13 de agosto de 2020

A piedade

 

CEV- 13-08-20

ESE - Cap. XIII –  QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA.[1]

 Fazer o bem sem ostentação – Os infortúnios ocultos – O óbolo da viúva – Convidar os pobres e estropiados – Obsequiar sem esperar retribuição – Instruções dos Espíritos: A caridade material e a caridade moral – A beneficência – A piedade – Os órfãos – Benefícios pagos com ingratidão – Beneficência exclusiva.

Item – 17 – A piedade  .[2]

A piedade é a virtude que mais vos aproxima dos anjos. É a irmã da caridade, que vos conduzirá a Deus. Deixai o vosso coração enternecer-se perante a miséria e sofrimento dos vossos semelhantes. As vossas lágrimas serão um bálsamo que derramareis sobre as suas feridas, e quando por terna simpatia logrardes levar-lhe a esperança e a resignação, que prazer não experimentareis então! Esse prazer traz consigo certo amargor, é verdade, pois que nasce ao lado da tristeza, mas, se não tem o travo dos gozos mundanos, também não encerra as pungentes decepções do váculo que deixam após si. Há nele uma suavidade penetrante, que alegra a alma. A piedade, quando bem sentida, é amor. O amor é devotamento, e o devotamento, o esquecimento de si mesmo. Esse esquecimento, essa abnegação pelos infelizes, é a virtude por excelência, a que foi praticada pelo divino messias durante toda a sua vida, e que ele ensinou na sua santa e magistral doutrina. Quando essa doutrina for reconduzida à primitiva pureza, e admitida por todos os povos, há de trazer à Terra a felicidade, fazendo aí reinar a concórdia, a paz e o amor.

O sentimento mais apropriado a influir no vosso progresso, dominando o orgulho e o egoísmo, o que vos dispõe à humilde, à beneficência e ao amor do próximo é a piedade. Piedade é essa que vos comove até as entranhas diante dos padecimentos dos vossos irmãos, que vos leva a estender ternamente a mão compassiva e vos arranca lágrimas de simpatia. Não abafeis jamais em vosso coração essa celeste emoção, nem façais como os egoístas endurecidos, que fogem dos aflitos, porque a contemplação, a alegria da existência. Nunca deveis ficar indiferentes, quando puderdes  ser úteis. A tranquilidade adquirida à custa de culposa indiferença, é como a do Mar Morto, que esconde no fundo das águas a lama fétida e corrupção.

No entanto, quão longe está a piedade de produzir a perturbação e o enfado, que causam espanto ao egoísta! Naturalmente que a alma experimenta, ao contato da infelicidade de outrem e mergulhando em si mesma, um sobressalto espontâneo e profundo, que a sacode e a  afeta penosamente. Mas a compensação é grande, quando conseguis transmitir a coragem e a esperança a um irmão inditoso, que,  sente a pressão de mão amiga e cujo olhar, a um tempo  orvalhado de lágrimas de emoção e reconhecimento, se volta docemente para vós, antes de o fixar no céu, a fim de agradecer o haver-lhe enviado um apoio consolador. A piedade é o melancólico e celeste precursor da caridade, essa primacial virtude, de que ela é irmã, e que prepara e enobrece os benefícios. ( Michel, Bordéus, 1862).[3]

 

PIEDADE.[4]

 

A piedade é amor, amor a Deus, amor, portanto, ao próximo, porque não se pode amar ao Pai sem amar a seus filhos. E o amor desperta a compaixão, à vista do infortúnio, da desgraça alheia. (2, cap. 7).

A piedade é a simpatia espontânea e desinteressada que se antepõe à antipatia gratuita ou despeitosa. Ela deve induzir-vos à prática do socorro moral e material, junto daqueles que no-la despertam, sem o que se torna infrutífera.[...] a piedade sincera [...] acatemo-la como força de renovação das almas e luz interior da verdadeira vida, eternizada por Deus. (307, cap. 96).[5]

 

DEUS VAI COMIGO AONDE QUER QUE EU VÁ.[6]

 

Tudo o que é perfeito está profundamente dentro de ti, pronto para irradiar-se através de ti sobre o mundo exterior. Isso vai curar todo o pesar, a dor, o medo e a perda, pois isso vai curar a mente que pensou serem reais essas coisas e sofreu devido à sua aliança com elas.

Nunca podes ser privado da tua santidade perfeita, porque a sua Fonte vai contigo aonde que que vás. Nuca podes sofrer, porque a Fonte de toda a alegria vai contigo aonde quer que vás. Nunca podes estar só, porque a Fonte de toda a vida vai contigo aonde quer que vás. Nada pode destruir a paz da tua mente, porque Deus vai contigo onde quer que vás.

[...] É bem possível alcançar Deus. De fato é muito fácil, porque é a coisa mais natural no mundo. Poderias até dizer que é a única coisa natural no mundo. O caminho se abrirá, se acreditares que é possível. ).[7]

·       Eu vejo através dos olhos do perdão.

·       Eu vejo o mundo abençoado.

·       O mundo pode me mostrar a mim mesmo.

·       Eu vejo os meus próprios pensamentos, que são como os de Deus.[8]

Deus não perdoa porque Ele nunca condenou. E tem que haver condenação antes que o perdão seja necessário. O perdão é a grande necessidade desse mundo, mas isso é assim porque esse é um mundo de ilusões. Aqueles que perdoam estão portanto liberando a si mesmo das ilusões, enquanto aqueles que negam o perdão estão se ligando a elas. Assim como só condenas a ti mesmo, também só perdoas a ti mesmo.

Contudo, embora Deus não perdoe, o Seu Amor é, não obstante, a base do perdão. O medo condena e o amor perdoa. Assim, o perdão desfaz o que o medo tem produzido, retornando a mente à consciência de Deus. Por essa razão, o perdão pode verdadeiramente ser chamado de salvação. É meio pelo qual as ilusões desaparecem.[9]

Aqui está a minha reivindicação a todo o bem e só ao bem. Eu sou abençoado como um Filho de Deus. Todas as coisas boas são minhas porque Deus as destinou a mim. Por ser Quem eu sou, não posso sofrer qualquer perda, privação ou dor. Meu Pai me sustenta, me protege, e me dirige em todas as coisas. O Seu cuidado por mim é infinito, e está comigo para sempre. Com Seu Filho, sou eternamente abençoado.[10]

 

GÊNESE – Cap. XI – item – 14.[11]

 

O corpo é, portanto, apenas um envoltório destinado a receber o Espírito; desde então, pouco importa a sua origem e os materiais de que é construído.

Seja ou não o corpo do homem criação especial nem por isso deixa de ser formado dos mesmos elementos que dos animais, acionado pelo mesmo princípio vital, aquecido pelo mesmo fogo, assim como é esclarecido pela mesma luz, sujeitos às mesmas vicissitudes e necessidades. Este é um ponto sobre o qual não pode haver contestação.

Considerando apenas a matéria, e fazendo abstração do Espírito, o homem não tem então nada que o distinga do animal; mas tudo muda de aspecto, quando se distingue a habitação e o habitante.

Um milionário ou numa choupana, ou com as vestes de um aldeão, é sempre um milionário. O mesmo se dá com o homem; não são as vestes da carne que o elevam acima do bruto e o tornam um ser à parte, mas sim, o seu ser espiritual, o seu Espírito.[12]



[1] O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 595.

[2] Idem, item 17 - pp. 602/603.

[3] Idem.

[4] O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. – 5.imp. – Brasília: FEB, 2015, p. 698.

[5] Idem.

[6] Um Curso em Milagres, Fundação Para Paz Interior – Instituto de Educação Espiritual – C. Postal 34047 – 22462-970 – Rio de Janeiro, RJ, 1994 – da edição em língua portuguesa, pp. 68. A primeira edição foi em 1976 – título original: A Course in Miracles.

 

[7] Um Curso em Milagres, Fundação Para Paz Interior – Instituto de Educação Espiritual – C. Postal 34047 – 22462-970 – Rio de Janeiro, RJ, 1994 – da edição em língua portuguesa, pp. 68/69. A primeira edição foi em 1976 – título original: A Course in Miracles.

[8] Idem, p. 73.

[9] Idem, p. 79.

[10] Idem, p. 103.

[11] O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora Ltda – SP – Cap. XI, Gênese Orgânica, item, 14, p. 964.

[12] Idem.

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