CEV- 10-08-20
ESE - Cap. V – BEM AVENTURADOS OS AFLITOS [1]
Justiça das
aflições – Causas das aflições – Causas anteriores das aflições – Esquecimento
do passado – Motivo de resignação – O suicídio e a loucura – Instruções
dos Espíritos: Bem sofrer e mal sofrer – O mal e o remédio – A felicidade não é
deste mundo – Perda de pessoas amadas e mortes prematuras – Um homem de bem
teria morrido – Os tormentos voluntários – A verdadeira desgraça – A melancolia
– Provas voluntárias e verdadeiro cilício – Deve-se por um termo às provações
do próximo? – Dever-se-á abreviar a vida de um doente sem esperança de cura? –
Sacrifício da própria vida – Proveito dos sofrimentos por outrem.
Item
– 12 – Motivos de resignação .[2]
Por
estas palavras : Bem aventurados os aflitos, porque serão consolados, Jesus
aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva
o que sofre bendizer o sofrimento, como prelúdio da cura.
Também
podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por
sofrerdes, visto que as vossas dores neste mundo são as dívidas de vossas
falhas passadas, e essas dores suportadas pacientemente na Terra, vos
poupam séculos de sofrimento na vida futura. Deveis portanto, estar felizes por
Deus ter reduzido vossas dívidas, permitindo-vos quitá-las no presente,
o que vos assegura a tranquilidade para o futuro.
O
homem que sofre assemelha-se a um devedor de avultada soma, a quem o credor
diz: “Se me pagares hoje mesmo a centésima parte do teu débito, quitar-te-ei o
restante e ficará livre; se não o fizerdes, atormentar-te-ei, até que pagues a
última parcela”. Não se sentiria feliz o devedor por suportar toda espécie de
privações para se libertar, pagando apenas a centésima parte do que deve? Em
vez de se queixar do seu credor, não lhe ficará agradecido?
E
esse o sentido das palavras: Bem aventurados os aflitos, porque serão
consolados. Eles são felizes porque pagam suas dívidas, e porque, após a
quitação, estarão livres. Ora, cada nova falta aumenta a dívida, pois
não existe uma única falta, qualquer que seja ela, que não arraste consigo a
punição fatal e inevitável. Se não for hoje, sê-lo-á amanhã, não sendo nesta
vida, há de ser em outra. Entre essas infrações devemos colocar em primeiro
plano a insubmissão à vontade de Deus. Se nas aflições nos lastimamos, se não
as aceitamos com resignação e como coisa que merecemos, se acusamos a Deus de
injusto, contraímos nova dívida, que neutraliza o lucro que pudéssemos colher
do sofrimento. Daí, termos de recomeçar novamente, tal como se um credor que
nos atormentasse, pagássemos por conta, e em cada dia contraíssemos novos
empréstimos.
A
sua entrada no mundo espiritual o homem é ainda como o operário que se apresenta
no dia do pagamento. A uns dirá o patrão: “Aqui está a recompensa dos seus dias
de tarefa”, aos outros, aos felizes da Terra, que tiveram vivido no ócio, e
cuja ventura consistiu nas satisfações do amor próprio e das alegrias mundanas,
ele dirá: “ A vocês nada pagarei, pois que já receberam o salário na Terra. Ide
e recomeçai a vossa tarefa..[3]
RESIGNAÇÃO.[4]
[...]
é o assentimento da alma ao inevitável e, sem o conhecimento, não pode a alma
ter consciência do que é evitável e do que o não é. (2, cap. 5).
[...]
A verdadeira resignação é serena e consciente. Ela assume o controle da
situação em que se vê envolvida a criatura, dando-lhe meios de raciocinar e
aceitar o fato consumado, desde que, efetivamente, não possua elementos para
desfazê-lo. Mesmo assim, a resignação, e não o desânimo, pode revestir-se do
caráter ativo, reagindo. Com reagir? Fortalecendo-se na prece e exemplificando
as lições evangélicas, com o fito de superar a provação que lhe foi imposta
pela lei cármica.[5]
REINO DOS CÉUS[6]
[...] o Reino dos Céus encontra-se na
Terra, começa entre os cardos e tropeços no caminho, espraia-se pelos
horizontes sem fim da imortalidade em um processo de unidade, que dificilmente
se poderá dizer se , no mundo ou fora dele, dentro, portanto, de uma realidade
infinita e inconfundível. (75, O sofrimento)
[...] é a perfeição. (193)
[...] É conquista dos fortes. [...]
(222, Sursum corda).[7]
GÊNESE – Cap. XI – item – 13.[8]
O corpo, sendo exclusivamente material,
passa pelas vicissitudes da matéria; depois de ter funcionado por algum tempo,
desorganiza-se e decompõe-se. O princípio vital, por não achar mais elementos
para a sua atividade, extingue-se e o corpo morre. O Espírito, para quem o
corpo privado da vida daí em diante não tem utilidade, deixa-o com se abandona
uma casa em ruínas ou uma vez imprestável.[9]
ALCANÇAR A PAZ – Cap. 19. [10]
A fé no eterno é sempre justificada,
pois o eterno é para sempre benigno, infinito em sua paciência e totalmente
amoroso. Ele te aceitará totalmente e te dará paz. No entanto, ele só pode se
unir com o que já está em paz em ti, imortal como ele próprio. O corpo
não pode te trazer nem paz nem tumulto, nem alegria nem dor. É um meio e não
um fim. Não tem propósito em si mesmo, mas somente aquele que lhe é dado. O
corpo parecerá ser qualquer coisa que seja o meio de alcançar a meta que lhe
atribuíste. Só a mente pode estabelecer um propósito e só a mente pode ver
os meios para a sua realização e justificar o seu uso. Paz e culpa são
ambas condições são o lar da emoção que as suscita e que é, portanto,
compatível com elas.
Mas pensa em qual delas é compatível
contigo. Aqui está a tua escolha e ela é livre. Mas tudo o que está
nela virá com ela, e o que pensas que és nunca pode estar à parte dela. O corpo
é o grande traidor aparente da fé. Nele está a desilusão e as sementes da falta
de fé, mas só se lhe pedes o que ele não pode dar. É possível que o teu equívoco
seja um motivo razoável para a depressão e da desilusão e para o ataque
vingativo contra aquilo que pensas que falhou? Não uses o teu erro como
justificativa para a tua falta de fé. Não pecaste, mas tens estado equivocado
naquilo que é fiel. E a correção do teu equívoco vai te dar motivos para a fé.
É impossível buscar o prazer através do
corpo e não achar dor. É essencial que esse relacionamento seja compreendido,
pois o ego o vê como prova do pecado. Ele não é realmente punitivo em absoluto.
É apenas o resultado inevitável de te equacionares com o corpo, que é o convite
à dor. Pois ele convida o medo a entrar e vem a ser o teu propósito. A atração
da culpa tem que entrar com ele e o que quer que seja que o medo oriente o
corpo a fazer é, portanto doloroso. Ele irá compartilhar a dor de todas as
ilusões e a ilusão do prazer será o mesmo que a dor.[11]
[1]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 550.
[2]
Idem, item 12 - p. 553.
[3]
Idem.
[4]
O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. –
5.imp. – Brasília: FEB, 2015, p. 771.
[5]
Idem.
[6]
Idem, p. 762.
[7]
Idem.
[8]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – Cap. XI, Gênese Orgânica, item, 13, p. 964.
[9]
Idem.
[10]
[10]
Um Curso em Milagres, Fundação Para Paz Interior – Instituto de Educação
Espiritual – C. Postal 34047 – 22462-970 – Rio de Janeiro, RJ, 1994 – da edição
em língua portuguesa, p. 422. A primeira edição foi em 1976 – título original:
A Course in Miracles.
[11]
Idem, p. 440.
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