CEV- 19-11-20
ESE - Cap. V – BEM AVENTURADOS OS AFLITOS.[1]
Justiça das
aflições – Causas atuais das aflições – Causas anteriores das aflições –
Esquecimento do passado – Motivos da resignação – O suicídio e a loucura
– Instruções dos Espíritos: Bem sofrer e mal sofrer – O mal e o remédio – A felicidade
não é deste mundo – Perda de pessoas amadas e mortes prematuras – Um homem de
bem teria morrido – Os tormentos voluntários – A verdadeira desgraça – A melancolia
– Provas voluntárias e verdadeiro cilício – Dever-se-á por um termo às provações
do próximo? – Dever-se-á abreviar a vida de um doente sem esperança de cura?
Sacrifício da própria vida – Proveito dos sofrimentos por outrem.
Item
17 – O suicídio e a loucura.[2]
O
Espiritismo, a este respeito, tem ainda outra vantagem inteiramente positiva e
talvez mais determinante, pois que apresenta os próprios suicidas trazendo-nos
as provas da sua situação infeliz e confirmando que ninguém transgride
impunemente essa lei de Deus, que proíbe ao homem abreviar a própria vida.
Entre os suicidas continua o sofrimento, que, conquanto temporário, em vez de
eterno, não deixa de ser menos horrível e de natureza a fazer refletir maduramente
a quem tentasse partir daqui antes da hora aprazada por Deus. O espírita tem,
portanto, para opor à ideia do suicídio, muitas razões: a certeza de uma vida
futura, na qual ele sabe que será tanto mais feliz quanto mais infeliz e mais
resignado tiver sido na Terra; a certeza de que, abreviando sua vida, chega a
um resultado inteiramente contrário ao que esperava; que foge de um mal para
criar noutro ainda pior, mais demorado e mais terrível, que se engana ao penar
que, ao se matar, irá mais depressa para o Céu, que o suicídio é um obstáculo à
reunião, no outro mundo, com as pessoas de sua afeição, que já espera
encontrar. De tudo isso resulta que o suicídio, só lhe oferecendo decepções, é
contrário aos seus próprios interesses. Por isso mesmo, já é considerável o
número dos que têm sido, pelo Espiritismo, obstados de suicidar-se podendo-se
daí concluir que, quando todos os homens forem espíritas, deixará de haver
suicídios conscientes. Comparando-se, então, os resultados que as doutrinas
materialistas produzem com os que decorrem do Espiritismo, somente do ponto de
vista do suicídio, será forçoso reconhecer que, enquanto a lógica materialista
pode levar o homem a matar-se, a da outra o evita; esse fato é frequentemente
confirmado pela experiência.[3]
SUICIDA.[4]
O
suicida é a primeira e maior vítima do seu próprio engano. Mata-se para fugir
dos seus problemas, das suas dores, das suas aflições e logo que recupera, do
outro lado da vida, lucidez suficiente para compreender o seu novo estado,
descobre, profundamente angustiado, que não conseguiu fugir de si mesmo, nem de
seus sofrimentos. Mudou a sua posição na vida, trocou uma série de dores por
outras mais aflitivas, mais terríveis, mais dramáticas. Na tentativa pueril de
iludir algumas Leis Divinas, infringiu outras ainda mais dolorosas. (7, cap.8).
[...]
O suicida é uma alma falida que arrasta um ciclo imenso de anos de desolações e
de dor, o peso tremendo das suas indignidades e das suas desventuras.(34).
O
suicida é um infrator, dos mais graves, da Lei de Deus. A responsabilidade do
seu ato é unicamente dele, ou, de algum modo, responsabilidade compartilhada
por um obsessor, se este existir agravando a situação. (165, Destino e
livre-arbítrio).
ALÉM
DE TODOS OS ÍDOLOS.[5]
Ídolos
são bastante específicos. Mas a tua vontade é universal, sendo sem limites. E
assim ela não tem forma, nem fica contente quando tem a sua expressão em termo
de forma. Ídolos são limites. São a crença em que existem certas formas que te trarão
felicidade e em que, através da limitação, tudo é atingido. É como se
dissesses: “Não tenho necessidade de tudo. Quero essa pequena coisa e ela será
tudo para mim”. E isso não pode deixar de falhar em satisfazer porque é a tua
vontade que tudo seja teu. Decide-te por ídolos e estás pedindo a perda. Decide-te
pela verdade e todas as coisas são tuas.
O
que buscas não é a forma. Que a forma pode ser um substituto para o Amor de
Deus o Pai? Que forma pode tomar o lugar de todo o amor da Divindade de Deus
Filho? Que ídolo pode fazer dois do que é um só? E é possível que o que é sem
limites seja limitado? Tu não queres um ídolo. Não é tua vontade ter um ídolo.
Ele não te concederá a dádiva que buscas. Quando te decides pela forma daquilo
que queres, perdes a compreensão do seu propósito. Assim vês a tua vontade
dentro do ídolo, reduzindo-a a uma forma específica. Entretanto, essa nunca poderia
ser a tua vontade, porque o que compartilha de toda a criação não pode ficar
contente com pequenas ideias e pequenas coisas.[6]
[1]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 550.
[2]
Idem, item 17 - p. 554.
[3]
Idem.
[4]
O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. –
5.imp. – Brasília: FEB, 2015, pp. 831/832.
[5]
Um Curso em Milagres, Fundação Para Paz Interior – Instituto de Educação
Espiritual – C. Postal 34047 – 22462-970 – Rio de Janeiro, RJ, 1994 – da edição
em língua portuguesa, pp. 679. A primeira edição foi em 1976 – título original:
A Course in Miracles.
[6]
Idem.
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