CEV- 05-11-20
ESE - Cap. XIII – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O
QUE FAZ A DIREITA.[1]
Fazer o bem
sem ostentação – Os infortúnios ocultos – O óbolo da viúva – Convidar os
pobres e estropiados – Obsequiar sem esperar retribuição – Instruções dos
Espíritos: A piedade – Os órfãos – Benfeitores pagos com ingratidão – Beneficência
exclusiva.
Item
12 – Sede bons e caritativos.[2]
Sede
bons e criativos, e tereis em vossas mãos a chave dos Céus. A eterna felicidade
encerra-se na máxima: amai-vos uns aos outros. As almas não podem elevar-se às
regiões espirituais senão pelo devotamento ao próximo, e só logram sentir a
felicidade e a consolação na prática da caridade. Sede bondosos, sustentai os
vossos irmãos, curai a horrível chaga do
egoísmo! O cumprimento desse dever há de abrir-vos o caminho da eterna
felicidade. Demais, qual de vós já não sentiu o coração palpitar, uma alegria
íntima vibrar ao vos ser narrado um gesto de grande devotamento, uma obra
verdadeiramente caridosa? Se não esperardes senão a volúpia do gozo de uma boa
ação, permanecereis detidos sempre no caminho do progresso espiritual. Não vos
faltam exemplos, conquanto sejam raros os casos de boa vontade. Vede a multidão
de homens de bem que a História relembra com piedosa saudade.
Não
vos disse o Cristo tudo quanto concerne às virtudes da caridade e do amor? Por
que deixastes de lado esses ensinos divinos? Por que cerrastes os ouvidos a
essas santas palavras e o coração a essas lindas máximas? Eu desejaria que ligásseis
mais interesse e mais fé à leitura do Evangelho, mas abandonais esse livro,
julgando-o letra morta, considerando fúteis as suas palavras deixando no olvido
esse admirável código. Os vossos males só provêm do abandono voluntário desse
resumo das leis divinas. Lede essas páginas inflamadas pelo devotamento de
Jesus e meditai-as.
Homens
fortes, congregai-vos; homens fracos, armai-vos de doçura e de fé. Tende mais persuasão,
mais constâncias na programação da nova doutrina. Aqui vimos com a permissão de
Deus o intuito de vos encorajar e estimular o zelo e as virtudes. Para os que
quiserem é bastante a ajuda de Deus e da própria vontade. As manifestações
espíritas vieram para os que têm olhos fechados e indóceis os corações.
A caridade é a virtude fundamental, que há de
sustentar o tempo das virtudes terrenas; sem ela não subsistirão as outras, não
haverá esperança na melhoria da sorte, nem o interesse moral, que nos serve de
guia; sem ela desapareceria a fé, que é a brilhante irradiação das almas
caritativas.
A
caridade é a eterna âncora de salvação em todos os planetas. É a mais pura
emanação do Criador, é a Sua própria virtude concedida à criatura. Como
desconhecer essa suprema bondade? Que coração seria tão perverso, a ponto de
reclamar e banir esse sentimento puramente divino? Que seria da criança
malévola, que se revoltasse contra essa cariciosa virtude: a caridade?
Não
tenho o costume de falar do que fiz, pois que os Espíritos têm também
escrúpulos quanto às suas obras; mas acredito que aquela por mim iniciada, deve
ser uma das que mais hão de contribuir para o alívio dos vossos semelhantes.
Observo às vezes os Espíritos pedirem a missão de continuar a minha tarefa, e
vejo-os, minhas caras irmãs, no seu piedoso e divino mistério, praticando a
virtude que venho de vos recomendar, sentindo a alegria, que advém dessa
existência de devotamento e sacrifício. É grande prazer para mim ver como são
honestos de caráter, e quanto é estimada a suavemente protegida a sua missão.
Homens de bem, de vontade forte, reuni-vos para continuar a obra grandiosa da
propaganda da caridade. Achareis a recompensa dessa virtude no seu mesmo
exercício. Não há alegria espiritual que ela não conceda desde a vida presente.
Sede unidos; amai-vos uns aos outros, segundo os preceitos do Cristo. Assim
seja! (S.Vicente de Paulo, Paris, 1858).[3]
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