CEV- 22-02-21
ESE - Cap. XXVII – PEDI E
OBTEREIS.[1]
Condições da
prece – Eficácia da prece – Ação da prece – transmissão do pensamento – Preces
inteligíveis – Prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores – Instruções dos
Espíritos: Modo de orar – Satisfação decorrente da prece.
tens
22 – Modo de orar.[2]
O
primeiro dever de toda criatura humana, o primeiro ato que deve assinalar o seu
retorno à atividade diária, é a prece. Vós orais, quase todos, mas quão poucos
sabem realmente orar! Que importam ao Senhor as frases que ligais maquinalmente
umas às outras, porque já vos habituastes a repeti-las, porque é um dever que
tendes de cumprir, e que vos pesa, como todo o dever?
A
prece do cristão, do espírita principalmente, de qualquer culto que seja, deve
ser feita no momento em que o Espiritismo retoma o jugo da carne, deve
elevar-se, vinda das profundezas do eu, num transporte de gratidão por todos os
benefícios até aquele dia concedidos; pela noite que acaba de passar e durante
a qual vos foi permitido, ainda que malgrado vosso, ir ter com amigos, ou
guias, a fim de haurirdes do contacto com eles mais força e perseverança. Ela
deve elevar-se ao Senhor, para lhe recomendar vossa fraqueza, para suplicar
amparo, indulgência, misericórdia. Deve ser profunda, pois a alma nas asas da
prece deve elevar-se ao Criador, transfigurando-se, como Jesus no Tabor, a fim
de lá chegar radiosa de esperança e de amor.
Deveis
orar sempre, sem para isso procurardes o vosso oratório ou cairdes de joelhos
nas praças públicas. A prece diária é o próprio cumprimento dos vossos deveres,
mas dos vossos deveres sem exceção, de qualquer natureza que sejam. Não é um
ato de amor para com o Senhor assistirdes os vossos irmãos numa necessidade
qualquer, moral ou física? Não é um ato de reconhecimento a elevação de vosso
pensamento a Ele, quando uma felicidade vos chega, quando evitais um acidente,
ou mesmo quando uma simples contrariedade vos aflora à alma, e dizeis
mentalmente: “Seja bendito o Senhor!”? Não é um ato de contrição, quando sentis
que falistes, dizerdes humilde para o Supremo Juiz, mesmo que seja um rápido
pensamento: Perdoai-me, Deus meu, pois que pequei(por orgulho, por egoísmo ou
por falta de caridade); dai-me a força de não tornar a falir, e a coragem de reparar
a minha falta?
Isto
independe das preces regulares da manhã e da noite e dos dias consagrados. Como
o vedes, a prece pode ser de todos os instantes, sem nenhuma interrupção
acarretar aos vossos trabalhos. Dita assim, ela, ao contrário, os santifica. Tende
como certo que um só desses pensamentos, partindo do coração, é mais escutado
pelo vosso Pai celestial, do que as longas orações ditas por hábito, muitas
vezes sem causa determinante e às quais apenas maquinalmente vos chama a hora
convencional. (V, Monod, Bordéus, 1862).[3]
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