CEV- 16-07-20
Justiça das
aflições – Causas atuais das aflições – Causas anteriores das aflições –
Esquecimento do passado – Motivos de resignação – O suicídio e a loucura –
Instruções dos Espíritos: Bem sofrer e mal sofrer – O mal e o remédio – A felicidade
não é deste mundo – Perda de pessoas amadas e mortes prematuras – Um homem de
bem teria morrido – Os tormentos voluntários – A verdadeira desgraça – A melancolia
– Provas voluntárias e verdadeiro cilício – Deve-se por um termo às provações
do próximo? – Dever-se-á abreviar a vida de um doente sem esperança de cura? –
Sacrifício da própria vida – Proveito dos sofrimentos por outrem.
Item
11 – Esquecimento do passado.[2]
Inutilmente se argumenta que o esquecimento
do passado é obstáculo a que se possa aproveitar a experiência das existências
anteriores. Se Deus julgou necessário lançar um véu sobre o passado, é que
isso devia ser útil. De fato, essa reminiscência teria inconvenientes muito
graves; poderia em certos casos humilhar-nos consideravelmente, ou então
exaltar-nos o orgulho, e por isso mesmo entravar o nosso livre arbítrio. De
qualquer modo, causaria perturbações inevitáveis nas relações sociais.
Com frequência, o Espírito renasce
no mesmo meio onde viveu e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a
fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se nelas reconhecesse as que antes
odiaria, talvez o ódio despertasse; de qualquer modo ver-se-ia humilhado
perante aquele a quem houvesse ofendido.
Deus nos deu, para melhorar-nos,
exatamente o que nos é preciso e suficiente: a voz da consciência e os
nossos pendores instintivos, e suprimiu o que nos poderia prejudicar.
O homem traz ao nascer aquilo que
ele adquiriu, e vem conforme se preparou. Cada existência é-lhe um novo
ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi. Se for punido, é pelo mal
que fez. Suas atuais tendências más indicam aquilo que deve ser corrigido,
sobre o que deve concentrar toda a atenção, porque aquilo que lhe foi corrigido
completamente não deixa rastro. As boas resoluções que tomou são a voz da
consciência, que o adverte do que é bom e do que é mau e lhe dá forças para
resistir às más tentações.
Além disso há esquecimento apenas
durante a vida corporal. Entretanto na vida espiritual, o Espírito recobra
a lembrança do passado. Trata-se, portanto, apenas de uma interrupção momentânea,
como a que temos na própria vida terrena, durante o sono, e que nos impede de
lembrar, no outro dia, o que fizemos na véspera e nos dias anteriores.
Não é somente depois da morte que o
Espírito recobra a lembrança do passado. Pode dizer-se que jamais a perde,
pois que, como a experiência o demonstra, mesmo encarnado, adormecido o corpo,
ocasião em que goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos
anteriores; sabe porque sofre e que
sofre com justiça. A lembrança unicamente apaga no curso da vida exterior, da
vida de relação. A falta de uma lembrança precisa, que poderia ser-lhe penosa e
prejudicial às suas relações sociais, permite-lhe haurir novas forças nesses
momentos de emancipação da alma, se ele souber aproveitá-los.[3]
GÊNESE – Cap. XI – item – 4.[4]
A
ideia da perpetuidade do ser espiritual é inata no homem, em estado de
intuição e de aspiração, pois ele compreende que somente nisso encontrará
compensação às misérias da vida – motivo pelo qual houve e haverá sempre maior
número de espiritualistas do que de materialistas, e mais de deísta do que de
ateus.
A
ideia intuitiva e ao poder do raciocínio, o espiritismo vem juntar a sanção dos
fatos, a prova material da existência do ser espiritual, sua sobrevivência,
imortalidade e individualidade, precisando e definindo o que essa ideia
tinha de vago e abstrato. Mostra-nos o ser inteligente atuando fora da matéria,
quer durante a vida do corpo, quer depois.[5]
ESQUECIMENTO
DO PASSADO.[6]
Podemos
agora compreender a impossibilidade de recordar as existências pregressas, viso
que o perispírito, conjugado à força vital, tomou, ao encarnar, um movimento
vibratório assaz fraco para eu o mínimo de intensidade necessário à
renovação de suas lembranças, ou seja, a sua passagem ao estado consciente,
possa ser atingido. (40, cap. 4).[7]
A
MINHA MENTE ESTÁ PREOCUPADA COM PENSAMENTOS PASSADOS.[8]
Essa
ideia é, obviamente, a razão pela qual vês só o passado. Ninguém vê coisa
alguma realmente. Só é possível ver os próprios pensamentos projetados para
fora. A preocupação da mente com o passado é a causa da concepção equivocada
acerca do tempo da qual sofre o teu modo de ver. A tua mente não pode apreender
o presente, que é o único tempo que existe. Portanto, não pode compreender
o tempo e não pode, de fato, compreender coisa alguma.[9]
QUE
EU RECONHEÇA O PROBLEMA PARA QUE ELE POSSA SER RESOLVIDO.[10]
Um
problema não pode ser resolvido se não souberes do que se trata. Mesmo
que, na realidade, já esteja resolvido, ainda terás problema, pois não vais reconhecer que já foi
resolvido. Essa é a situação do mundo. O problema da separação é realmente o
único problema, já foi resolvido. No entanto, a solução não é reconhecida porque
o problema não é reconhecido.
Todas
as pessoas nesse mundo parecem ter os seus próprios problemas especiais.[...][11]
[1]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 550.
[2]
Idem, item 11 - p. 552.
[3]
Idem, p. 553.
[4]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – Cap. XI, Gênese Orgânica, item, 4, p. 962.
[5]
Idem, p. 962.
[6]
O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. –
5.imp. – Brasília: FEB, 2015, p. 322.
[7]
Idem, p. 322.
[8]
Um Curso em Milagres, Fundação Para Paz Interior – Instituto de Educação
Espiritual – C. Postal 34047 – 22462-970 – Rio de Janeiro, RJ, 1994 – da edição
em língua portuguesa, p. 13 – Livro de Exercícios. A primeira edição foi em
1976 – título original: A Course in Miracles.
[9]
Idem, item 1, p. 13.
[10]
Idem, p. 150.
[11]
Idem.
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