quinta-feira, 16 de julho de 2020

BEM AVENTURADOS OS AFLITOS


CEV- 16-07-20
ESE -  Cap. V – BEM AVENTURADOS OS AFLITOS [1]
Justiça das aflições – Causas atuais das aflições – Causas anteriores das aflições – Esquecimento do passado – Motivos de resignação – O suicídio e a loucura – Instruções dos Espíritos: Bem sofrer e mal sofrer – O mal e o remédio – A felicidade não é deste mundo – Perda de pessoas amadas e mortes prematuras – Um homem de bem teria morrido – Os tormentos voluntários – A verdadeira desgraça – A melancolia – Provas voluntárias e verdadeiro cilício – Deve-se por um termo às provações do próximo? – Dever-se-á abreviar a vida de um doente sem esperança de cura? – Sacrifício da própria vida – Proveito dos sofrimentos por outrem.

Item 11 – Esquecimento do passado.[2]

Inutilmente se argumenta que o esquecimento do passado é obstáculo a que se possa aproveitar a experiência das existências anteriores. Se Deus julgou necessário lançar um véu sobre o passado, é que isso devia ser útil. De fato, essa reminiscência teria inconvenientes muito graves; poderia em certos casos humilhar-nos consideravelmente, ou então exaltar-nos o orgulho, e por isso mesmo entravar o nosso livre arbítrio. De qualquer modo, causaria perturbações inevitáveis nas relações sociais.
Com frequência, o Espírito renasce no mesmo meio onde viveu e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se nelas reconhecesse as que antes odiaria, talvez o ódio despertasse; de qualquer modo ver-se-ia humilhado perante aquele a quem houvesse ofendido.
Deus nos deu, para melhorar-nos, exatamente o que nos é preciso e suficiente: a voz da consciência e os nossos pendores instintivos, e suprimiu o que nos poderia prejudicar.
O homem traz ao nascer aquilo que ele adquiriu, e vem conforme se preparou. Cada existência é-lhe um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi. Se for punido, é pelo mal que fez. Suas atuais tendências más indicam aquilo que deve ser corrigido, sobre o que deve concentrar toda a atenção, porque aquilo que lhe foi corrigido completamente não deixa rastro. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, que o adverte do que é bom e do que é mau e lhe dá forças para resistir às más tentações.
Além disso há esquecimento apenas durante a vida corporal. Entretanto na vida espiritual, o Espírito recobra a lembrança do passado. Trata-se, portanto, apenas de uma interrupção momentânea, como a que temos na própria vida terrena, durante o sono, e que nos impede de lembrar, no outro dia, o que fizemos na véspera e nos dias anteriores.
Não é somente depois da morte que o Espírito recobra a lembrança do passado. Pode dizer-se que jamais a perde, pois que, como a experiência o demonstra, mesmo encarnado, adormecido o corpo, ocasião em que goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe porque sofre  e que sofre com justiça. A lembrança unicamente apaga no curso da vida exterior, da vida de relação. A falta de uma lembrança precisa, que poderia ser-lhe penosa e prejudicial às suas relações sociais, permite-lhe haurir novas forças nesses momentos de emancipação da alma, se ele souber aproveitá-los.[3]

GÊNESE – Cap. XI – item – 4.[4]
A ideia da perpetuidade do ser espiritual é inata no homem, em estado de intuição e de aspiração, pois ele compreende que somente nisso encontrará compensação às misérias da vida – motivo pelo qual houve e haverá sempre maior número de espiritualistas do que de materialistas, e mais de deísta do que de ateus.
A ideia intuitiva e ao poder do raciocínio, o espiritismo vem juntar a sanção dos fatos, a prova material da existência do ser espiritual, sua sobrevivência, imortalidade e individualidade, precisando e definindo o que essa ideia tinha de vago e abstrato. Mostra-nos o ser inteligente atuando fora da matéria, quer durante a vida do corpo, quer depois.[5]

ESQUECIMENTO DO PASSADO.[6]
Podemos agora compreender a impossibilidade de recordar as existências pregressas, viso que o perispírito, conjugado à força vital, tomou, ao encarnar, um movimento vibratório assaz fraco para eu o mínimo de intensidade necessário à renovação de suas lembranças, ou seja, a sua passagem ao estado consciente, possa ser atingido. (40, cap. 4).[7]

A MINHA MENTE ESTÁ PREOCUPADA COM PENSAMENTOS PASSADOS.[8]
Essa ideia é, obviamente, a razão pela qual vês só o passado. Ninguém vê coisa alguma realmente. Só é possível ver os próprios pensamentos projetados para fora. A preocupação da mente com o passado é a causa da concepção equivocada acerca do tempo da qual sofre o teu modo de ver. A tua mente não pode apreender o presente, que é o único tempo que existe. Portanto, não pode compreender o tempo e não pode, de fato, compreender coisa alguma.[9]

QUE EU RECONHEÇA O PROBLEMA PARA QUE ELE POSSA SER RESOLVIDO.[10]
Um problema não pode ser resolvido se não souberes do que se trata. Mesmo que, na realidade, já esteja resolvido, ainda terás  problema, pois não vais reconhecer que já foi resolvido. Essa é a situação do mundo. O problema da separação é realmente o único problema, já foi resolvido. No entanto, a solução não é reconhecida porque o problema não é reconhecido.
Todas as pessoas nesse mundo parecem ter os seus próprios problemas especiais.[...][11]



[1] O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 550.
[2] Idem, item 11 - p. 552.
[3] Idem, p. 553.
[4] O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora Ltda – SP – Cap. XI, Gênese Orgânica, item, 4, p. 962.
[5] Idem, p. 962.
[6] O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. – 5.imp. – Brasília: FEB, 2015, p. 322.
[7] Idem, p. 322.
[8] Um Curso em Milagres, Fundação Para Paz Interior – Instituto de Educação Espiritual – C. Postal 34047 – 22462-970 – Rio de Janeiro, RJ, 1994 – da edição em língua portuguesa, p. 13 – Livro de Exercícios. A primeira edição foi em 1976 – título original: A Course in Miracles.
[9] Idem, item 1, p. 13.
[10] Idem, p. 150.
[11] Idem.

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