CEV- 28-09-20
ESE – Cap. V – BEM AVENTURADOS
OS AFLITOS.[1]
Item
12 – Motivos de resignação.[2]
Por
estas palavras; Bem aventurados os aflitos, porque serão consolados, Jesus
aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o que
sofre a bendizer o sofrimento como prelúdio da cura.
Também
podem essas palavras ser traduzidas assim: ”Deveis considerar-vos felizes por
sofrerdes, visto que a s vossas dores neste mundo são as dívidas de vossas
falhas passadas, e essas dores, suportadas pacientemente na Terra, vos poupam
séculos de sofrimento na vida futura. Deveis, portanto, estar felizes por Deus
ter reconduzido vossas dívidas, permitindo-vos quitá-las no presente, o que vos
assegura a tranquilidade para o futuro”.
O
homem que sofre assemelha-se a um devedor de avultada soma, a quem o credor
diz: “se me pagares hoje, mesmo a centésima parte do teu débito, quitar-te-ei
do restante e ficarás livre; se não o fizerdes, atormentar-te-ei, até que
pagues a última parcela.” Não se sentiria feliz o devedor por suportar toda espécie
de privações para se libertar, pagando apenas a centésima parte do que deve? Em
vez de se queixar do seu credor, não lhe ficará agradecido?
É
esse o sentido das palavras: bem aventurados os aflitos, porque serão
consolados. Eles são felizes porque pagam suas dívidas, e porque, após a
quitação, estarão livres. Mas, se; ao procurar quitá-las de u lado, de outro se
endividarem, nunca se tornarão livres. Ora, cada nova falta aumenta a sua dívida,
pois, não existe uma única falta, qualquer que seja ela, que não arraste
consigo a punição fatal e inevitável. Se não for hoje, sê-lo-á amanhã, não
sendo nesta vida, há de ser em outra. Entre essas infrações devemos colocar em
primeiro plano a insubmissão à vontade de Deus. Se nas aflições nos lastimamos,
se não as aceitamos com resignação e como coisa que merecemos, se acusamos a
Deus de injusto, contraímos nova dívida, que neutraliza o lucro que pudéssemos
colher do sofrimento. Daí, termos de recomeçar novamente, tal como se a um
credor que nos atormentasse, pagássemos por conta, e em cada dia contraíssemos
novos empréstimos.
A
sua entrada no mundo espiritual o home é ainda como o operário que se apresenta
no dia do pagamento. A uns dirá o patrão: “ Aqui está a recompensa dos seus
dias de tarefa”; aos outros, aos felizes na Terra, que tiveram vivido no ócio,
e cuja ventura consistiu nas satisfações do amor próprio e das alegrias
mundanas, ele dirá: “A vocês nada pagarei, pois que já receberam o salário na
Terra. Ide e recomeçai a vossa tarefa.”[3]
O
DESPERTAR.[4]
Não
existe tempo, lugar ou estado dos quais Deus esteja ausente. Não existe nada a
ser temido. Não existe nenhuma forma na qual se possa conceber uma brecha na Integridade
que Lhe é própria. A transigência que a menos importante e a menor das brechas
representaria no Seu Amor eterno é completamente impossível. Pois isso
significaria que o Seu Amor seria capaz de abrigar a mais leve sugestão de
ódio, que o a Sua gentileza pudesse em algum momento se transformar em ataque e
que a Sua paciência eterna pudesse às vezes falhar. Acreditas em tudo isso
sempre que percebes uma brecha entre tu e o teu irmão. Como poderias então
confiar Nele? Pois assim Ele não pode deixar de decepcionar em Seu Amor. Portanto,
é preciso que estejas alerta: não permitas que Ele chegue perto demais e deixa
uma brecha entre tu e o Seu Amor, através da qual possas escapar se houver
necessidade de fugir.
Aqui
se vê com maior clareza o medo de Deus. Pois o amor é traiçoeiro para aqueles
que têm medo, uma vez que o medo e o ódio não podem nunca estar à parte. Ninguém
que tenha ódio deixa de ter medo do amor e, por conseguinte, tem que ter medo
de Deus. É certo que ele não sabe o
que o amor significa. Ele teme amar e
ama odiar e assim pensa que o amor é amedrontador, que o ódio é amor. Essa é a
consequência que a pequena brecha necessariamente traz àqueles que a apreciam e
acham que ela é a sua salvação e a sua esperança.[5]
[1]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 550.
[2]
Idem, item 12 - p. 553.
[3]
Idem, p. 553.
[4]
Um Curso em Milagres, Fundação Para Paz Interior – Instituto de Educação
Espiritual – C. Postal 34047 – 22462-970 – Rio de Janeiro, RJ, 1994 – da edição
em língua portuguesa, p. 652. A primeira edição foi em 1976 – título original: A
Course in Miracles.
[5]
Idem.
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