CEV- 21-12-20
ESE - Cap. V – BEM AVENTURADOS
OS AFLITOS.[1]
Justiça das
aflições – Causas atuais das aflições – Causas anteriores das aflições –
Esquecimento do passado – Motivos da resignação – O suicídio e a loucura –
Instruções dos Espíritos: Bem sofrer e mal sofrer – O mal e o remédio – A
felicidade não é deste mundo – Perda de pessoas amadas e mortes prematuras – Um
homem de bem teria morrido – Os tormentos voluntários – A verdadeira desgraça –
A melancolia – Provas voluntárias e verdadeiro cilício – Dever-se-á por um
termo às provações do próximo? – Dever-se-á abreviar a vida de um doente sem
esperança de cura? Sacrifício da própria vida – Proveito dos sofrimentos por
outrem.
Item
11 - Esquecimento do passado.[2]
Inutilmente
se argumenta que o esquecimento do passado é obstáculo a que se possa aproveitar
a experiência das existências anteriores. Se Deus julgou necessário lançar um
véu sobre o passado, é que isso devia ser útil. De fato, essa reminiscência
teria inconvenientes muito graves; poderia em certos casos humilhar-nos
consideravelmente, ou então exaltar-nos o orgulho, e por isso mesmo entravar o
nosso livre-arbítrio. De qualquer modo, causaria perturbações inevitáveis nas
relações sociais.
Com
frequência, o Espírito renasce no mesmo meio onde viveu e se encontra em
relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se nelas
reconhecesse as que antes odiaria, talvez o ódio despertasse; de qualquer modo
ver-se-ia humilhado perante aqueles a quem houvessem ofendido.
Deus
nos deu, para melhorar-nos, exatamente o que nos é preciso e suficiente: a voz
da consciência e os nossos pendores instintivos, e suprimiu o que nos poderia
prejudicar.
O
homem traz ao nascer aquilo que ele adquiriu, e vem conforme se preparou. Cada
existência é-lhe um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi.
Se for punido, é pelo mal que fez. Suas atuais tendências más indiciam aquilo
que deve ser corrigido, sobre o que deve concentrar toda a atenção, porque
aquilo que foi corrigido completamente não deixa rastro. As boas resoluções que
tomou são a voz da consciência, que o adverte do que é bom e do que é mau e lhe
dá forças para resistir às más tentações.
Além
disso há esquecimento apenas durante a vida corporal. Entretanto na vida
espiritual, o Espírito recobra a lembrança do passado. Trata-se, portanto,
apenas de uma interrupção momentânea, como a que temos na própria vida terrena,
durante o sono, e que não nos impede de lembrar, no outro dia, o que fizemos na
véspera e nos dias anteriores.
Não
é somente depois da morte que o Espírito recobra a lembrança do passado. Pode dizer-se
que jamais a perde, pois que, como a experiência o demonstra, mesmo encarnado,
adormecido o corpo, ocasião em que goza de certa liberdade, o Espírito tem
consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre e que sofre com justiça.
A lembrança unicamente se apaga no curso da vida exterior, da vida de relação.
A falta de uma lembrança precisa, que poderia ser-lhe penosa e prejudicial às
suas relações sociais, permite-lhes haurir novas forças nesses momentos de
emancipação da alma, se ele souber aproveitá-los.[3]
ESQUECIMENTO
DO PASSADO.[4]
Podemos
agora compreender a impossibilidade de recordar as existências pregressas,
visto que o perispírito, conjugado à força vital, tomou, ao encarnar, um
movimento vibratório assaz fraco para que o mínimo de intensidade necessário à
renovação de suas lembranças ou seja, a sua passagem ao estado consciente,
possa se atingido. (40, cap. 4).
[...]
é apenas passageiro, temporário, limitado a uma etapa terrena e que, uma vez
restituída à sua verdadeira pátria, liberta das peias carnais, a alma recupera
a plenitude do seu eu. Nada se destrói; as aquisições feitas subsistem,
eternamente guardadas. Nenhum esforço ficará perdido, e volveremos a encontrar,
intacto e incessante acrescido, o mealheiro dos nossos conhecimentos. [...]
(40, cap. 4).
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