CEV- 18-03-21
ESE - Cap. XII – AMAI OS
VOSSOS INIMIGOS.[1]
Redistribuir
o mal com o bem – Os inimigos desencarnados – Se alguém te ferir na face
direita, apresenta-lhe a outra – Instruções dos Espíritos: A vingança – O ódio
– O duelo.
Itens
1, 2 e 3 – Redistribuir o mal com o bem.[2]
“Ouvistes
que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos
digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que vos
torneis filhos do vosso Pai Celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus
e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque se amardes os que vos
amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E se
saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios
também o mesmo?” (Mateus, VI: 43-47).
“Porque
vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e
fariseus, jamais entrareis no Reino dos Céus.” (Mateus, V: 20).
“Se
amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam
aos que os amam. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa?
Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto. Amai,
porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga,
será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno
até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é
misericordioso vosso Pai.” (Lucas, VI: 32-36).[3]
Se
o amor do próximo é princípio da
caridade, amar os inimigos é a mais sublime aplicação desse princípio, porque
essa virtude constitui uma das maiores vitórias conquistadas sobre o egoísmo e
o orgulho.
Não
obstante, geralmente nos equivocamos quando ao sentido da palavra amor,
aplicada a esta circunstâncias. Não pretendeu Jesus, assim falando, que cada um
de nós tenha para com o seu inimigo a ternura que dispensa a um irmão ou amigo.
A ternura pressupõe confiança; ora, ninguém
pode depositar confiança numa pessoa, sabendo que esta pessoa lhe quer mal;
ninguém pode ter para com ela compaixões de amizade, sabendo-a capaz de abusar
dessa atitude. Entre pessoas que desconfiam umas das outras, não pode haver os
impulsos de simpatia existentes entre aquelas que comungam nos mesmos
pensamentos. Não se pode, enfim, ter a mesma satisfação ao encontrar um
inimigo, que a que se tem com um amigo.
Este
sentimento é também resultado de uma lei física; a da assimilação e repulsão
dos fluídos. O pensamento malévolo dirige uma corrente fluídica de penosa
impressão; o pensamento benévolo envolve-nos de um eflúvio agradável; disso resulta
a diferença de sensações que se experimentam à aproximação de um amigo ou de um
inimigo. Amar aos inimigos, pois, não quer dizer que nenhuma diferença deve ser
feita entre eles e os amigos. Se este preceito parece de difícil prática,
impossível mesmo, é apenas por entender-se falsamente que ele manda se dê o coração,
assim ao amigo, como ao inimigo, o mesmo
lugar. Uma vez que a pobreza da linguagem humana obriga a que nos sirvamos do
mesmo termo para exprimir matizes diversos de um sentimento, à razão cabe
estabelecer as diferenças, conforme os casos.
Amar
aos inimigos não é ter-lhes uma afeição que não está na Natureza, porque o
contacto de um inimigo faz bater o coração de modo diverso que o de um amigo. É,
entretanto, não lhe ter ódio, nem rancor, nem desejo de vingança, é perdoar
sem segunda intenção e incondicionalmente o mal que nos fez, sem pôr
qualquer obstáculo à reconciliação; e desejar-lhe o bem e não o mal, alegrar-se
em lugar de afligir-se do bem que lhe acontece; é estender-lhe a mão caridosa
de necessidade abstendo-se por palavras e atos, de tudo quanto possa prejudicá-lo;
é enfim, pagar sempre o mal com o bem, sem ideia de humilhá-lo. Quem isto
fizer realiza as condições do mandamento: Amai aos vossos inimigos.[4]
FARISEUS.[5]
[...]
indivíduos que, conquanto pertençam a esta ou àquela igreja, não pautam seus
atos, pela doutrina que dizem esposar, só guardam a aparência de virtuosos e,
nessas condições, não podem exercer nenhuma influência benéfica naqueles que os
rodeiam. (29, Vós sois o sal da terra).
Fariseus
eram os seguidores de uma das mais influentes seitas do judaísmo. Demonstravam
grande zelo pelas suas tradições teológicas, cumpriam meticulosamente as
práticas exteriores do culto e das cerimônias
estatuídas pelo rabinismo, dando assim, a impressão de serem muito devotos e
fiéis observadores dos princípios religiosos que defendiam. Na realidade,
porém, sob esse simulacro de virtudes, ocultavam costumes dissolutos,
mesquinhez, secura de coração e sobretudo muito orgulho. (31, Parábola do fariseu
republicano).
Uma
das principais seitas dos judeus; membros de uma seira judaica eu ostentava,
hipocritamente, grande santidade. Fig.: Fariseus: hipócrita, fingido, falso.
(178, Glos).
Pelas
palavras fariseus e saduceus – neles empregadas, os apóstolos designavam, de um
modo geral, os incrédulos. [...] (182, v. 2).
Fariseu
ainda é todo homem presunçoso, dogmático, exclusivo, pretenso privilegiado das
forças divinas. (295, cap. 54).[6]
[1]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 589.
[2]
Idem, item 1, 2 e 3 - p. 589.
[3]
Idem
[4]
Idem, pp. 589/590.
[5]
O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. –
5.imp. – Brasília: FEB, 2015, p. 355.
[6]
Idem, pp. 355/356.
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