sábado, 6 de junho de 2020


CEV – 07/MAI/2020
A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um segredo é tornar conhecido um fato. Se é falso já não é um fato e portanto não existe revelação.
Há para humanidade uma revelação incessante. O Espiritismo é uma verdadeira revelação na acepção científica da palavra.
A revelação Espírita é de origem Divina e de iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho humano.
A revelação Espírita não estando personificada em um só individuo, surgiu simultaneamente em milhares de pontos diferentes se tornaram centros ou focos de irradiação.
Nesse século de emancipação intelectual e de liberdade de consciência o direito de exame o direito de exame pertence a todos. Cientistas, religiosos, filósofos e pesquisadores.
Os homens cada vez mais esclarecidos à medida que novos fatos e novas leis se forem revelando, saberão separar da realidade os sistemas utópicos.
Ora, as ciências tornam conhecidas algumas leis. O Espiritismo revela outras. Todas são indispensáveis a inteligência dos textos sagrados de todas as religiões desde Confúcio ao Buda até o Cristianismo.
O último caráter da revelação do Espiritismo é que apoiando-se em fatos tem que ser e não pode deixar de ser essencialmente progressiva como todas as ciências de observação.
Caminhando de parco ao progresso o Espiritismo jamais será ultrapassado. Se uma verdade nova se revelar ele a aceitará.
Depois do átomo e de todas suas subdivisões, os cientistas acabam de dar mais um passo no estudo do microcosmo. Agora, com o anúncio oficial da descoberta do Top Quark a partícula mais fundamental da matéria. Essa conquista científica que ajudará entender planetas, estrelas, galáxias e a própria vida vem confirmar ensinamentos que já haviam sido antecipados no capítulo segundo do Livro dos Espíritos.
Em 1856 Kardec passou a frequentar as reuniões Espíritas que se realizavam em casa do senhor M.ROUSTAN. Eram sérias essas reuniões, que se realizavam com ordem. As perguntas fúteis haviam perdido toda narrativa para maioria das pessoas. Kardec ia obtendo a resolução dos problemas que lhe interessavam do ponto de vista da filosofia, da psicologia e da natureza do mundo invisível.
Levava para cada sessão uma série de questões preparadas e metodicamente dispostas. Pouco a pouco as sessões iam assumindo caráter muito diverso. Entre os assistentes contava com a presença de físicos, matemáticos estudiosos e cientistas das mais diferentes áreas do conhecimento humano. Todos formulando perguntas aprofundando temas e questões.
Mais tarde quando viu que aquilo constituía um todo e ganhava as proporções de uma doutrina teve a ideia de publicar os ensinos recebidos. O trabalho em grande parte já estava concluído, e tinha as proporções de um livro. Mas Kardec fazia questão de submetê-lo ao exame de outros Espíritos, com o auxílio de diferentes médiuns. Mais de dez médiuns participaram do trabalho.
Da comparação e da fusão de todas as respostas coordenadas e classificadas e muitas vezes retocadas no silêncio da meditação foi que organizou a primeira edição do Livro dos Espíritos.
Em vez de enfatizar as contradições, os conflitos e as lutas dos opostos, a dialética Espírita prefere a compreensão a união dos contrários o entendimento que conduz ao progresso.
Avaliar de modo objetivo e racional o sentido maior de sua existência terrena. A importância do cumprimento das responsabilidades assumidas, a finalidade do aprendizado individual e coletivo para o aperfeiçoamento de todos e de cada um sem exceção.
A fé inabalável é a que pode encarar frente a frente a razão em todas as épocas da humanidade. É aí que reside a principal força do Espiritismo. Força que não fica apenas restrita a plano filosófico, mas que também se estende aos planos científico e religioso.
Científico porque o Espiritismo é uma ciência que demonstra experimentalmente a existência da alma e sua imortalidade. O diálogo ou intercâmbio mediúnico entre o mundo espiritual e o mundo corporal vem abrir uma nova era dos estudos espirituais.
Antes desse tipo de comunicação o conhecimento se dividia radicalmente entre Mistérios Divinos e a Experiência Terrena. 
A dialética Espírita modifica essa ordem de coisa mostrando a possibilidade de tratarmos os temas espirituais através da mesma razão que aplicamos as questões materiais.
Assim, o Livro dos Espíritos se apresenta como um marco definitivo. Antes dele tínhamos um Espiritualismo utópico, com ele e depois dele,  dentro dos ensinamentos da doutrina temos o espiritualismo científico.
Não existe o sobrenatural senão para o desconhecimento humano das leis naturais.
Kardec foi fortemente influenciado pelo cientificismo e o pensamento evolucionista. Sua ação doutrinária estabelece no espírita uma relação na qual o homem pode e deve compreender, por meio da razão e do diálogo, os fenômenos que outras religiões assumem de maneira misteriosa e resignada. Combinando fé, razão e caridade, o espiritismo pautou uma nova experiência religiosa marcada pela experiência e a investigação.
No plano religioso o Espiritismo nos leva a compreender o significado e verdadeira extensão da palavra fé. O espiritismo não tem cultos instituídos nem igrejas, nem imagens, nem rituais nem dogmas. Nem mesmo hierarquia sacerdotal ou sacerdócio.
Através dos ensinamentos espíritas pode se fazer uma diferença entre religião propriamente dita e religiões no sentido de seitas humanas.
“Religião para todos os homens, deveria compreender-se como sentimento divino que clarifica o caminho das almas e que cada espírito aprenderá na pauta do seu nível evolutivo. Porém, na inquietação que lhes caracteriza a existência na terra, os homens se dividiram em numerosas religiões, como se a fé também pudesse ter fronteiras[1].”
Em vez do culto temos a prece que é o mais belo dos diálogos, mais íntimo, o mais simples e ao mesmo tempo o mais sublime. Pela prece sincera pensamos em Deus numa evocação de pedido, de agradecimento ou de glorificação.
No estágio evolutivo em que se encontra é pelo sentimento mais do que pelo raciocínio que o homem pode compreender a existência de Deus.
Allan Kardec colocou logo no início do Livro dos Espíritos um capítulo que trata exclusivamente de Deus. Com isso pretendeu significar que o espiritismo tem na existência de Deus o seu princípio maior.
DEUS é eterno, imaterial e imutável, único, todo poderoso, soberanamente justo e bom. 
Racionalmente não se pode admitir um efeito sem causa.
Deus escolheu a espécie humana para reencarnação dos Espíritos que chegaram a um certo grau de desenvolvimento.
Não há favoritismo da parte de Deus. Ele não dá mais a um que a outro. Deus não tem filhos favoritos, raça predileta, nação predileta, nação eleita; não recompensa os virtuosos nem pune os pecadores[2].
O Espírito não é portanto um ser abstrato e só o pensamento pode conceber, é um ser real e definido.

APARIÇÕES ESPIRITUAIS
Há mais: imagens fluídicas o pensamento se reflete no invólucro perispiritual como um espelho, como essas imagens de objetos terrestres que se refletem nos vapores do ar, onde toma um corpo, fotografando-se, por assim dizer.[3]
Hoje é fato comprovado e perfeitamente explicado que o Espírito, isolando-se de um corpo vivo, pode, com o auxílio de seu invólucro fluídico perispiritual, aparecer num local diferente daquele em que está seu corpo material[4].
A faculdade que possuem os Espíritos desencarnados de mostrar-se, sob aparência material, em dadas circunstâncias e, particularmente, aos médiuns considerados videntes. Entretanto, em certos casos, tais como os das aparições visíveis e tangíveis para uma multidão ou para um dado número de pessoas, é evidente que a percepção de aparição não é devida à faculdade mediúnica dos assistentes, mas à realidade da aparência corporal do Espírito e, nessas circunstâncias, como nos casos de ubiquidade, esta aparência provêm da condensação do aparelho perispiritual[5].
Os Espíritos têm um corpo fluídico, ao qual se dá o nome de perispírito. Sua substância é tirada do fluído universal ou cósmico, é mais ou menos etéreo, conforme os mundos e conforme o grau de purificação do Espírito.
O perispírito não está encerrado nos limites do corpo como uma caixa. Devido à sua natureza fluídica ele se expande; ele se irradia e forma em torno do corpo uma espécie de atmosfera que o pensamento e a força de vontade podem alargar mais ou menos. De onde se conclui que pessoas que não estão em comunicação corporal podem comunicar-se pelo perispírito e transmitir, sem o saberem as suas impressões, e às vezes até mesmo a intuição de seus pensamentos.
É por meio do perispírito que os Espíritos atuam sobre a matéria inerte e produzem os diferentes fenômenos das manifestações. Eles podem manifestarem-se de várias maneiras diferentes: por efeitos físicos, tais como ruídos e o movimento de objetos; pela transmissão de pensamento, pela vista, pelo ouvido, pela palavra, pelo ato, pela escrita, pelo desenho, pela música, etc..
As manifestações podem ser espontâneas ou provocadas. As primeiras realizam-se inopinadamente e de improviso. Produzem-se frequentemente com pessoas completamente alheias a ideias espíritas. Em certos casos, e com predominância de certas circunstâncias, as manifestações podem ser provocadas pela vontade, sob a influência de pessoas dotadas par isso, de faculdades especiais.
Em seu estado normal, e por natureza, o perispírito é invisível, tendo isso em comum com uma infinidade de fluídos que sabemos existirem mas que jamais vimos. Entretanto, pode ele também, do mesmo modo que certos fluídos, sofrer modificações que o tornem perceptível à vista, ou por uma certa condensação ou por uma mudança na disposição molecular. Pode mesmo adquirir as propriedades de um corpo sólido e tangível, mas é capaz de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível. Pode-se observar este efeito no vapor, que passa do estado de invisibilidade ao estado brumoso, depois ao líquido e ao sólido e vice-versa.
Esses diferentes estados do perispírito são resultado da vontade do Espírito, e não de uma causa física exterior, como acontece com os gases. No caso de aparição ele põe seu perispírito no estado necessário para torná-lo visível. Mas nem sempre sua vontade é suficiente é suficiente. Torna-se necessário, para que se possa operar essa modificação do perispírito, um concurso de circunstâncias independentes dele. É necessário, além disso, que o Espírito tenha permissão para se tornar visível àquela pessoa, o que nem sempre lhe é concedido ou o é, mas em certas circunstâncias, por motivos que não sabemos explicar[6].
Uma outra propriedade do perispírito e que se liga à sua natureza etérea é a penetrabilidade. Matéria alguma lhe constitui obstáculos. Ele as atravessa todas, assim como a luz atravessa os corpos transparentes. É por esse motivo que não há recinto que possa opor-se à entrada dos Espíritos. Eles vão visitar, com a mesma facilidade, o prisioneiro em seu cárcere ou o homem no campo.
As manifestações visuais mais comuns dão-se durante o sono, nos sonhos: são as visões. As aparições propriamente ditas se dão em estado de vigília, e, nesse caso, a pessoa está de posse da plenitude e da inteira liberdade de suas faculdades. Apresentam-se elas, geralmente, sob uma forma vaporosa e diáfana, às vezes vaga e imprecisa: muitas vezes é, de início, uma luminosidade esbranquiçada, cujos contornos vão se delineando aos poucos. Outras vezes, as formas estão claramente distintas e veem-se os menores traços do rosto, a ponto de se poder descrevê-lo de maneira bem precisa. Os modos e o aspecto são semelhantes aos do Espírito quando encarnado.
As aparições tangíveis são muito raras, mas as aparições vaporosas são frequentes, principalmente no momento da morte. O perispírito das pessoas vivas goza das mesmas propriedades que o dos Espíritos. O perispírito irradia-se e forma à sua volta uma espécie de atmosfera fluídica.
As relações entre os Espíritos e os médiuns estabelecem-se por meio de seu perispírito. Sua facilidade depende do grau de afinidade existente entre os dois fluídos. Há alguns que se assimilam facilmente e outros que se repelem do que se conclui que não basta ser médium para se comunicar indistintamente com qualquer Espírito.
Pela assimilação dos fluídos perispirituais, o Espírito se identifica, por assim dizer, com a pessoa que ele quer influenciar. Não apenas transmite seu pensamento, mas também pode exercer uma ação física; fazê-la agir ou falar, segundo sua vontade; fazê-la dizer o que ele quiser. Numa palavra: pode servir de seus órgãos, como se fossem dele e, finalmente, neutralizar a atuação do próprio espírito da pessoa e paralisar-lhe seu livre arbítrio.
Os Espíritos podem manifestar-se de uma infinidade de maneiras, mas só podem fazê-lo quando encontram uma pessoa capaz de receber e de transmitir tal ou qual gênero de impressão de acordo com sua aptidão.

ECTOPLASMA[7]
É o nome que se dá ao fluído, de natureza psicossomática, oriundo dos médiuns de materialização, e do qual servem os Espíritos para torna-se visíveis e tangíveis aos olhos e ao tato humanos. (7, cap.75).
Está situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica e é recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza.
Infinitamente plástico, dá forma parcial ou total às entidades que se fazem visíveis ou invisíveis aos olhos dos companheiros terrestres ou diante da objetiva fotográfica, dá consistência aos fios, bastonetes e outros tipos de formações, visíveis ou invisíveis nos fenômenos de levitação, e substancializa as imagens criadas pela imaginação do médium ou dos companheiros que o assistem mentalmente afinados com ele (269, cap. 28).

FLUÍDOS[8]
Chamamos fluidos aos estados da matéria em que ela é mais rarefeita do que no estado conhecido sob o nome de gás.
Pode-se apresentar em quatro subfases: pastosa, líquida, gasosa e radiante.
Variando em multiplicidade infinita a fim de atender a todas as necessidades físicas, químicas e inclusive vitais daquela, bem como de sua intermediação entre os reinos material e espiritual.
O fluido universal, que toca de perto a Deus e dele parte, constitui, pela sua quinta-essência e mediante as combinações, modificações e transformações de que é possível, o instrumento e o meio de que se serve a inteligência suprema para, pela onipotência da sua vontade, operar no infinito e na eternidade, todas as criações espirituais, materiais e fluídicas destinadas à vida e à harmonia universais, para operar a criação de todos os mundos, de todos os seres em todos os reinos da Natureza, de tudo que se move, vive, é[9].

FOTOGRAFIA ESPÍRITA
Há dois gêneros de materialização: há em primeiro lugar a materialização invisível ao olho, e não apresentando mais do que um atributo físico, acessível ao nosso confronto: consiste na emissão de raios luminosos, que não produzem ação alguma sobre a nossa retina, porem agem sobre a placa sensível de um aparelho fotográfico; para os resultados, assim obtidos, proponho a expressão: fotografia transcendente[10].
No início da década de 70, no século XIX, começaram a surgir em Paris as chamadas fotografias espíritas, ou seja, retratos de pessoas encarnadas, junto às quais apareciam, mais nítidos ou menos nítidos, seres desencarnados. Eram obtidas nos Estados Unidos, bem como na Inglaterra, e por essa pesquisa interessou-se pessoalmente o eminente cientista Sir William Crookes[11].

MAGNETISMO E CURA PELA IMPOSIÇÃO DAS MÃOS
Mesmer que, em 1779, viria a propor a teoria do fluido universal, mais tarde também adotada por Allan Kardec.
Em outras palavras: é a matéria primitiva básica a partir da qual todas as outras se formam[12].
A faculdade de curar pela imposição das mãos tem evidentemente, por princípio, um excepcional poder de expansão de fluídos acrescidos de diversas causas, dentre as quais convêm colocar em primeira linha a pureza de sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de aliviar dores, a prece fervorosa e a confiança em Deus, numa palavra, todas as boas qualidades morais.
O poder magnético é puramente orgânico; como acontece com a força muscular, pode ser concedido a qualquer um, mesmo ao homem perverso. Mas o homem de bem serve-se dele exclusivamente para a prática do bem, sem pensar em interesses pessoais ou  na satisfação de seu orgulho ou de sua vaidade. Seu fluído, purificado, possui as propriedades benéficas e reparadoras que não pode ter o do homem cheio de vícios ou interesseiro.
Todo efeito mediúnico, como já foi dito, é o resultado da combinação dos fluídos emitidos por um Espírito com os do médium: nessa união estes fluídos adquirem propriedades novas, que não teriam isoladamente ou, pelo menos, não no mesmo grau.
Porque nada se inventa, tudo existe em estado latente, cabendo aos homens os meios de pôr em ação as forças que lhes oferece a Natureza.
Se pudesse ter ideia do imenso mecanismo que o pensamento põe em atividade e dos efeitos que produz de um indivíduo a outro, de um grupo de seres a outro grupo, enfim, da ação universal dos pensamentos dos homens uns sobre os outros, ficar-se-ia deslumbrado.
A prece, verdadeira invocação, atrai os bons Espíritos, sempre pressurosos em vir prestar auxílio aos esforços do homem bem intencionando. Seu fluído benfazejo une-se facilmente ao daquele que os invoca, enquanto o fluído do homem corrompido combina-se com o dos maus Espíritos que o cercam.
Além disso, a ação fluídica é poderosamente reforçada pela confiança do doente, e Deus sempre recompensa a fé com o bom êxito.




[1] Chico Xavier.
[2] GOLDSMITH, Joel S. – O suprimento invisível – Ed. Cultrix – SP, 11ª Ed., 1996, p.22.
[3] Obras Póstumas – Fotografia do pensamento e telegrafia espiritual – fl. 1.080
[4] Idem, p.1.081/1.082.
[5] Idem, p. 1.084.
[6] Ver o Livro dos Médiuns, § 105.
[7] Espiritismo de A a Z – FEB, 2015, p. 229.
[8] Espiritismo de A a Z – FEB, 2015, p.379.
[9] Idem, p. 382 (182,v. 1).
[10] Idem, p. 391 (3, v. 1, cap. 1).
[11] Idem, p. 391, (123, surgem as “fotografias espíritas”).
[12] Idem, p. 381 (Kardec – Gênese, cap.14).

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