CEV- 27-07-20
ESE - Cap. XXVIII – COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS
[1]
Os espíritos
disseram invariavelmente: “ A forma da prece de nada significa, o pensamento
é tudo. Faça cada um a sua prece de acordo com as suas convicções, e da maneira
que mais lhe toque o íntimo. Um bom pensamento vale mais do que grande número
de palavras, com as quais nada tenha de comum o coração”.
Os espíritos não
prescreveram qualquer fórmula absoluta de preces. Quando dão alguma é com o
fim de fixar as ideias e, sobretudo, para chamar a atenção sobre certos
princípios da Doutrina Espírita. É também com o intuito de vir em auxílio
daqueles que se sentem embraçados para exprimir suas ideias, pois alguns há não
acreditam ter orado realmente, desde que não formularam seus pensamentos.
[...] A
condição essencial da prece, segundo São Paulo é ser inteligível, a fim
de que possa falar ao nosso Espírito. Para isso não basta seja pronunciada numa
língua familiar àquele que ora. Há preces formuladas em língua vulgar que não
falam ao pensamento mais do que se fosse numa língua estrangeira e que, por
isso mesmo, não vão ao coração. As raras ideias que encerram ficam quase sempre
abafadas pela superabundância das palavras e pelo misticismo da linguagem.
Item
1 – inciso IV – Dai-nos o pão de cada dia .[2]
Dai-nos
o alimento que mantenha as forças do nosso corpo. Dai-nos também o alimento
espiritual para o desenvolvimento do nosso Espírito.
O
bruto encontra nas pastagens com que se alimentar. O homem, porém, tem que
adquirir, com sua atividade e com os recursos da sua inteligência, o alimento
necessário, porque o criastes livre.
Assim
é que dissestes: “Tirarás da terra o teu alimento com o suor do teu rosto”. Por
essa forma lhe fizestes do trabalho uma obrigação, a fim de que ele exercitasse
a inteligência, procurando meios de prover às suas necessidades e ao seu bem
estar, uns mediante o trabalho manual, outros pelo labor intelectual. Sem o
trabalho, ele se conservaria estacionário e não poderia aspirar à felicidade
dos Espíritos superiores.
Ajudai
o homem de boa vontade que em vós confia, pelo que concerne ao necessário;
porém, não àquele que se compraz na ociosidade e desejara tudo obter sem esforço,
nem àquele que busca o supérfluo.
Quantos
e quantos fracassam por própria culpa, por incúria, por imprevidência ou por
ambição e por se não terem querido contentar com o que de vós receberam! São artífices
de seu próprio infortúnio e não tem o direito de se queixar, pois são
castigados naquilo em que pecaram. Entretanto nem mesmo estes estão
abandonados, porque sois infinitamente misericordioso e lhes estendeis a não
caridosa desde que, como filho pródigo, para vós se voltem sinceramente. (Cap.
V, nº4).
[...]
Se estiver nos vossos desígnios pôr-nos à prova por meio das mais duras
provações, não obstante os nossos esforços, aceitamo-la em justa expiação das faltas
que possamos ter cometido nesta existência ou em vida precedente, pois que sois
justo.
Preservai-nos,
ó Senhor, de invejar os que possuem aquilo que não temos, ou mesmo os que
dispõem do supérfluo, quando nos falta o necessário. Perdoai-lhes, se esquecem
a lei de caridade e de amor ao próximo, que lhes ensinastes. (Cap. XVI, nº8).[3]
PRECE.[4]
Em
todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe
para demover de seus propósitos maléficos o obsessor. (101, cap. 14, it. 46)
Pela
prece o homem atrai o concurso dos bons Espíritos, que vem sustentá-lo nas boas
resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos. [...] (102, pedi e obtereis, it.
11).
A
prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em
comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter objeto um pedido, um
agradecimento, ou uma glorificação. [...] (105, cap. 27, it. 9). [5]
A
prece tem um outro papel importantíssimo, que é o de higienização do
ambiente fluídico em que se encontra aquele que ora. No momento em que o precista
passa a receber fluidos de qualidade superior, passa também à condição de
repulsor dos fluidos inferiores do ambiente. Estes fluidos vão sendo
progressivamente substituídos pelos fluidos de qualidade superior, que estão
sendo recebidos. A prece representa, portanto, um benefício para todos os que
nos cercam. É como uma lâmpada que acede e afasta as trevas. (94, pt. 2, cap.
7).[6]
[...]
a prece, considerada do ponto de vista espiritual, é uma emanação dos mais
puros fluidos, por meio da qual amparo e força recebem, mesmo ao seu mau grado,
aqueles a cujo favor é ela feita; que é uma magnetização moral, operando-se a
distância; que, assim sendo, orar é emitir fluidos sutis que, propelidos pela
força de vontade, do amor, vão envolver aquele por quem se ora, fortalecer-lhe
o Espírito e esclarecê-lo. Pela prece, exercemos, de um ponto de vista mais
alto, ação idêntica à que desenvolve o magnetizador sobre um paciente. (193). [7]
GÊNESE – Cap. XI – item – 7.
Admitindo-se o ser espiritual, e não
podendo provir ele da matéria, qual será a origem, o seu ponto de partida?
Aqui, como tudo quando se prende à origem
das coisas, falecem-nos absolutamente os meios de investigação. O homem não
pode verificar senão o que existe; em tudo o mais, só prefiguram hipóteses; e,
quer este conhecimento exceda o alcance da sua inteligência atual, quer haja
para ele inutilidade, ou inconveniência em possuí-lo por agora, Deus não lhe
dá, mesmo pela revelação.
O que Deus lhe permite saber por
intermédio dos seus mensageiros e o que ele sabe inferir, por si mesmo, do princípio
da soberana justiça, que é um dos atributos essenciais da Divindade, é que
todos tem o mesmo ponto de partida; que todos são criados simples e
ignorantes, com igual aptidão para progredir pela atividade individual de cada
um; que todos atingirão o grau de perfeição compatível com a criatura,
pelos seus esforços pessoais; que todos sendo filhos de um mesmo Pai, são
objeto de igual ou melhor dotado do que os outros, e dispensado o trabalho que
seria imposto a outros para atingir o objetivo.[8]
Não há morte. O Filho de Deus é
livre.
Morte é um pensamento que toma muitas
formas, frequentemente não reconhecida. Pode aparecer como tristeza, medo,
ansiedade ou dúvida, como raiva, ausência de fé e falta de confiança,
preocupação com os corpos, inveja, e todas as formas em que o desejo de ser como
tu não és possa vir tentar-te. Todos esses pensamentos não passam de reflexos
da adoração da morte como salvador e doador da liberação. [9]
[...] Pai nosso, abençoa os nossos
olhos hoje. Somos os Teus mensageiros e queremos contemplar o glorioso reflexo
do Teu Amor que brilha em todas as coisas. Vivemos e nos movemos em Ti. Não
estamos separados da Tua vida eterna. Não há morte, pois a morte não é Tua
Vontade. E nós habitamos onde nos colocaste, na vida que compartilhamos Contigo
e com todas as coisas vivas, para sermos como Tu é e parte de Ti para sempre.
Aceitamos os Teus Pensamentos como nossos e a nossa vontade é uma com a Tua
eternamente. Amém.[10]
[1]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 666.
[2]
Idem, item IV - p. 669.
[3]
Idem.
[4]
O Espiritismo de A a Z/Coordenação de Geraldo Campetti Sobrinho, - 4ª.ed. –
5.imp. – Brasília: FEB, 2015, p. 711.
[5]
Idem, p. 711.
[6]
Idem, p. 713.
[7]
Idem, p. 715.
[8]
O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora
Ltda – SP – Cap. XI, Gênese Espiritual, item, 7, p. 962.
[9]
Um Curso em Milagres, Fundação Para Paz Interior – Instituto de Educação
Espiritual – C. Postal 34047 – 22462-970 – Rio de Janeiro, RJ, 1994 – da edição
em língua portuguesa, p. 326. A primeira edição foi em 1976 – título original:
A Course in Miracles.
[10]
Idem, p. 327.
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