CEV- 10-09-20
ESE - Cap. X – BEM AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS [1]
Item
16 – A Indulgência.[2]
Espíritas,
vamos hoje tratar da indulgência, esse doce e fraternal sentimento, que todo
homem deve ter para com seus irmãos, mas de que poucas vezes usa.
O
homem indulgente não vê os defeitos dos outros, e se vê resguarda-se de falar
deles e de os vulgarizar. Ao contrário, oculta-os a fim de que apenas sejam
conhecidos dele, e, se o maldizente os descobre, ele tem sempre uma escusa
pronta para dissimular, uma desculpa plausível, razoável, e não dessas que, em
vez de atenuarem a falta, a fazem sobressair com pérfida finura.
O
indulgente não se ocupa nunca com os atos de outrem, a menos que seja para lhe
prestara concurso, tendo ainda assim o cuidado de os atenuar tanto quanto
possível. Não faz observações desagradáveis, nem censuras verbais, mas
limita-se a dar conselhos, as mais das vezes à parte. Quando emitis a crítica, que
conceito fazeis das vossas palavras? É o que vós, que criticais, seríeis
incapazes de fazer o que reprovais, e que sois melhores que o culpado. Oh,
quando será que julgareis o próprio coração, os pensamentos e atos pessoais,
sem vos ocupardes do que fazem os vossos irmãos? Quando abrireis severos olhos
sobre vós mesmos?
Sede,
sim severos convosco, indulgentes para com os outros. Pensai naquele que julga
em última instância, que vê os secretos pensamentos de cada coração e que, por
consequência, releva frequentemente as faltas que condenais, ou condena as que
desculpas, porque Ele conhece o móvel de todos os atos e sabe que vós, que
clamais pelo castigo, talvez houvésseis cometido faltas mais graves.
Sede
indulgentes, amigos meus, pois esse sentimento atrai, acalma, corrige, ao passo
que o rigor é repulsivo e irritante. ( Jose, Espírito protetor, Bordéus, 1863).[3]
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