segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Os órfãos

 

CEV-05-10-20

ESE -  Cap. XIII – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A DIREITA.[1]

Fazer o bem sem ostentação – Os infortúnios ocultos – O óbolo da viúva – Convidar os pobres e estropiados – Obsequiar sem esperar retribuição – Instruções dos Espíritos: a beneficência – A piedade – Os órfãos – Benefícios pagos com ingratidão – Beneficência exclusiva.

 

Item 19 – Os órfãos.[2]

Que pensar dos que, recebendo a ingratidão em troca da benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não mais encontrar ingratos?

Esses tem mais egoísmo que caridade, porque fazem o bem apenas para receber demonstrações de reconhecimento, e não o fazem com desinteresse; e só o bem desinteressado é agradável a Deus. São ainda orgulhosos, porque se comprazem na humildade do beneficiado, que deve rojar-se aos seus pés para agradecer-lhes. Aquele que busca na Terra a recompensa do bem que faz, não a receberá no Céu, mas Deus a reservará para o que assim não procede.

É sempre necessário ajudar aos fracos, mesmo quando se saiba de antemão que aqueles a quem se faz o bem não costumam ficar agradecidos. Sabei que se os beneficiados esquecem o benefício, Deus vô-lo levará mais em conta do que se fôsseis recompensados pela gratidão dos favorecidos. Algumas vezes Deus permite que sejais pagos com a ingratidão, a fim de provar vossa perseverança em fazer o bem.

E sabeis, porventura, se o benefício momentaneamente esquecido não produzirá mais tarde bons frutos? Tende a certeza de que, ao contrário, é uma semente que com o tempo germinará. Infelizmente, nunca vedes senão o presente; trabalhais para vós e não pelos outros. A beneficência acaba por abrandar os corações mais endurecidos; ´pode ficar esquecida aqui na Terra, mas quando o Espírito se livrar do corpo, ele se lembrará, e essa lembrança será o seu próprio castigo. Então, ele lamentará a sua ingratidão, desejará reparar a sua falta, pagar a sua dívida noutra existência, aceitando mesmo frequentemente, uma vida de devotamento ao seu benfeitor. É assim que, sem o suspeitardes, tereis contribuído para o seu progresso moral, e reconhecereis então toda a verdade desta máxima: um benefício jamais se perde. Mas também tereis, trabalhado para vós mesmos, porque tereis o mérito de haver feito o bem com desinteresse, sem vos deixar desanimar pelos desenganos.

Ah! Meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que a vida presente nos ligam às existências passadas; se pudésseis abarcar a multidão de relações que unem os seres uns aos outros para seu mútuo progresso, admiraríeis ainda mais a sabedoria e bondade do Criador, que vos permite voltar a viver para chegar a Ele. (Guia Protetor. Sens, 1862)[3].

 

 



[1] O LIVRO DE ALLAN KARDEC – toda obra editada em um único volume – Opus Editora Ltda – SP – O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 595.

[2] Idem, item 19 - p. 604.

[3] Idem,, p. 604.

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