CEV-05-10-20
ESE - Cap. XIII – QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE
FAZ A DIREITA.[1]
Fazer o bem sem
ostentação – Os infortúnios ocultos – O óbolo da viúva – Convidar os pobres e
estropiados – Obsequiar sem esperar retribuição – Instruções dos Espíritos: a beneficência
– A piedade – Os órfãos – Benefícios pagos com ingratidão – Beneficência exclusiva.
Item
19 – Os órfãos.[2]
Que
pensar dos que, recebendo a ingratidão em troca da benefícios que fizeram,
deixam de praticar o bem para não mais encontrar ingratos?
Esses
tem mais egoísmo que caridade, porque fazem o bem apenas para receber
demonstrações de reconhecimento, e não o fazem com desinteresse; e só o bem
desinteressado é agradável a Deus. São ainda orgulhosos, porque se comprazem na
humildade do beneficiado, que deve rojar-se aos seus pés para agradecer-lhes.
Aquele que busca na Terra a recompensa do bem que faz, não a receberá no Céu,
mas Deus a reservará para o que assim não procede.
É
sempre necessário ajudar aos fracos, mesmo quando se saiba de antemão que
aqueles a quem se faz o bem não costumam ficar agradecidos. Sabei que se os
beneficiados esquecem o benefício, Deus vô-lo levará mais em conta do que se fôsseis
recompensados pela gratidão dos favorecidos. Algumas vezes Deus permite que
sejais pagos com a ingratidão, a fim de provar vossa perseverança em fazer o
bem.
E
sabeis, porventura, se o benefício momentaneamente esquecido não produzirá mais
tarde bons frutos? Tende a certeza de que, ao contrário, é uma semente que com
o tempo germinará. Infelizmente, nunca vedes senão o presente; trabalhais para
vós e não pelos outros. A beneficência acaba por abrandar os corações mais endurecidos;
´pode ficar esquecida aqui na Terra, mas quando o Espírito se livrar do corpo,
ele se lembrará, e essa lembrança será o seu próprio castigo. Então, ele
lamentará a sua ingratidão, desejará reparar a sua falta, pagar a sua dívida
noutra existência, aceitando mesmo frequentemente, uma vida de devotamento ao
seu benfeitor. É assim que, sem o suspeitardes, tereis contribuído para o seu
progresso moral, e reconhecereis então toda a verdade desta máxima: um
benefício jamais se perde. Mas também tereis, trabalhado para vós mesmos,
porque tereis o mérito de haver feito o bem com desinteresse, sem vos deixar
desanimar pelos desenganos.
Ah!
Meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que a vida presente nos ligam às
existências passadas; se pudésseis abarcar a multidão de relações que unem os
seres uns aos outros para seu mútuo progresso, admiraríeis ainda mais a
sabedoria e bondade do Criador, que vos permite voltar a viver para chegar a
Ele. (Guia Protetor. Sens, 1862)[3].
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